
Beijos pra lá, abraços pra cá, uma pitada de convenções socioculturais como manda os bons costumes e o início do semestre parecia não ter nada de diferente dos demais, exceto o detalhe de ser o início do fim de mais um rito de passagem.
Foi tudo normal e igual até a hora da chamada. Mas o curso de enfermagem tem algumas características um tanto peculiares. Os professores são os mesmos desde o primeiro semestre da faculdade e acabam acompanhando a turma durante todo o curso. Na hora da chamada, nem esperam a pessoa responder presente: - Maria? Ta aqui. João? Ta aqui. E por aí vai. Então, o que parecia rotina transformou-se em uma caixinha de surpresas. Algumas boas e outras não muito agradáveis.
A primeira foi uma dinâmica muito legal. Todo mundo ganhou uma bala e se dividiu em grupos. Resumindo, o objetivo era mostrar que chegamos em um ponto onde nossas ações influenciam no profissional que vamos ser amanhã, e que apesar dos obstáculos que a profissão tem por si só, sempre poderemos chegar onde quisermos porque o céu é o limite.
Depois da descontração veio o nocaute. Um chute forte e preciso bem na zona pilórica do estômago. Como estamos em estágio supervisionado, devemos ter 100% de presença. Aqueles 25% que todo aluno tem direito de faltar foi-se pro beleléu. E nem mencionei os finais de semana de trabalho. Bem feito pra mim, eu poderia ter feito teatro.
O estado de euforia momentâneo causado pelas notícias impactantes, logo foi esquecido ao sermos contemplados com a surpresa mor do dia, um coffee-break preparado pelas professoras, pra nós. Muito estranho e muito gentil da parte delas confraternizarem com a gente. E alguns minutos depois começamos a desconfiar que talvez tenha sido pra amaciar nosso coração e amolecer nossos protestos. Nada mais nada menos que um “pré-teste” objetivo de 50 questões para avaliar nosso conhecimento! Whatafuck? Pelo menos não valia nota.
No fim do dia, ao ver a bixarada empolgada caminhando pelo campus, a gurizada nos diretórios jogando sinuca e os alunos atucanados na biblioteca disputando os mesmos livros, fiquei com medo de saber que isso logo logo não vai fazer parte da minha vida. Em contrapartida, a felicidade de ter a certeza de estar aproveitando o tempo que ainda me resta nesse mundo de sexo, livros e rock’n’roll fez meu coração bater mais forte num dia que tinha tudo pra ser normal. Bom semestre pra todo mundo!
PS: O R.U novo da PUCRS ta muito legal. Vale a pena dar uma conferida.
É amiga o mundo real nos espera... Nunca mais poderemos faltar, nunca mais teremos 3 meses de férias e mais umonte de coisa... Mas sinceramente... no momento não paro de sonhar com esse novo mundo!
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