quarta-feira, 28 de agosto de 2013

BURRICE EMOCIONAL


Na minha terapia cotidiana caseira pintando portas e paredes com uma trilha sonora bem diversificada, eu ouvi uma voz que não ouvia há muito tempo, fazia tanto tempo que eu quase não reconheci. Tá tudo tão legal, um legal suado, trabalhado, um legal merecido. 

Essa coisa de burrice emocional vai e vem. As vezes nos tornamos aquele cego que não quer enxergar e uma oportunidade ou outra passa despercebida. É como um jogo de quebra-cabeça de mil peças. A gente tenta uma peça ali outra aqui até que com o tempo e paciência tudo se encaixa.

Acho que a minha fase de burrice emocional passou. O tempo, as coisas que vi, as coisas vividas e as pessoas que conheci somadas com uma boa dose de autoconhecimento resultaram em um ponto a menos pra burrice emocional e um ponto a mais pra mim.

Outra coisa típica do burro emocional é acreditar que as coisas não ditas não estão lá. Tipo o morcego que só escuta uma frequência, qualquer coisa acima ou abaixo dela não existe. E quando se percebe que o não dito também existe e a leitura entre linhas se faz visível  já dá pra passar o dedo e tirar o pó sobre os sentimentos acumulados com o dia - a - dia. Nada como uma boa limpeza interna de vem em sempre.

É como ter entrado dentro do meu umbigo e saber de dentro pra fora que sim, é isso que eu quero pra minha vida e parafraseando Rumi: Lo que buscas te esta buscando tambien!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

CLARO QUE SIM. CLARO QUE NAO.

Dois mil trezentos e trinta e oito quilômetros, seis dias, duas pessoas e uma tonelada de paciência. Preto e branco, água e óleo, cheio e vazio, doce e amargo, íon e anion, Yin e Yang... Dizem que os opostos se atraem, eu tenho as minhas duvidas. 

Dias de sol, dias de paz, dias de neve. Comida de acampamento, montar barraca, desmontar barraca, água do rio, taça de vinho, conversas e risadas.

Tenho certeza que o sul não é pra lá.
- Claro que sim!
- Claro que não!














quinta-feira, 21 de março de 2013

PLANETA ASIA

 Halong Bay - Vietnam

 Hanoi - Vietnam

Hue - Vietnam

Hoi An - Vietnam

Road Trip from Hue to Hoi An - Vietnam

Thuan An - Vietnam

 Da Nang - Vietnam

Na Trang - Vietnam

 Vinh Nguyen Island - Vietnam

Ho Chi Minh - Vietnam

 Huay Xai - Laos

 Luan Prabang - Laos

 Sayaboury - Laos

Vientiane, Patuxai - Laos

 Pakbia Island - Thailand

 Khao Lak - Thailand

 Bangkok - Thailand

 Koh Phi Phi - Thailand

Chiang Rai, White Palace - Thailand

Chiang Mai - Thailand

 Siem Reap, Angkor - Cambodia

 Koh Rong Island - Cambodia

 Sihanoukville - Cambodia

Caring for Poor and Orphanage Children - Cambodia

 Singapore

 Singapore

 Singapore

 Kuala Lumpur, Batu Caves - Malaysia

Kuala Lumpur, Petrona Towers - Malaysia

Um calor de matar, um transito caótico, uma cultura inesperada e paisagens de perder o folego. Tudo isso misturado com comidinhas deliciosas que por muito pouco não me fizeram cuspir fogo e é claro, uma dose bem grande de insegurança alimentar. Mas me diz, quem se importa com diarréia quando um prato de curry e frutos do mar custa $2? 

Na terra das tuk - tuks quem sabe pechinchar é rei. É quase como um leilão ao contrário, começa com $5 e termina com $2. Falando em tuk - tuk lembrei de um outro meio de transporte bem comum, as motos! Por exemplo, Hanoi no Vietnam, tem 7 milhões de habitantes e 4 milhões de motos. Chegar do outro lado da rua vivo ou pegar uma mototaxi é uma vitória. Sem contar que eles carregam de tudo na motinho, duas, três, quatro e as vezes até cinco pessoas. O ápice foi quando eu vi uma moto carregando uma vaca. Oi? Aproveitando o embalo coloquei o pé na estrada, ou melhor, no acelerador. Oito horas, dez pessoas, sete motos e um destino, Hoi An, uma das minhas cidades favoritas.

Mas, deixando os meios de transporte mais ou menos de lado, chegar em Sayaboury, no Laos, foi mais ou menos assim. Um ônibus caindo aos pedaços, umas quarenta pessoas e dois turistas. Uma senhora do meu lado me oferendo insetos e conversando compulsoriamente comigo em lao, muita fumaça, pessoas entrando e saindo pelas janelas, ônibus estragado e galinhas cacarejando. Por pior que pareça, foi de longe uma das viagens de ônibus mais divertidas e interessantes. No final, só pude agradecer por ter descoberto essa cidadezinha tão remota onde ninguém fala inglês mas que esconde um lugar incrível que trabalha pra aumentar o número de elefantes no Laos. Foi lá que conheci o Phu Thongkoon, um elefante lindo que me proporcionou um dia inesquecível!


O Laos tem colonização francesa, na capital Vientiane, entre uma ruazinha e outra meu passatempo preferido era sentar perto do rio Mekong em uma padaria francesa e comer, comer, comer. A cidade é um charme, nem parece capital, ir de bike até o Patuxai e apreciar a vista lá de cima, foi simples, tranquilo e gostoso. Não preciso nem dizer que Vientiane é um xodó.

Dificil resumir uma viagem de dois meses em algumas poucas linhas, mas só agora nesse quarto de hotel em Phnom Pehn deu vontade de colocar em palavras alguns momentos dessa trip, acho que é porque vou embora amanhã e aquele gostinho de quero mais misturado com saudade já está batendo aqui na porta do meu quarto.

As praias no sul da Tailandia são lindas, mas o norte é anos luz mais interessante. Bangkok é busy como qualquer cidade grande, eu pulei fora o mais rápido que pude em uma viagem noturna de trem na segunda classe com cara de primeira direto pra Chiang Mai. O trem tem restaurante mas eu fiz um rancho básico no 7/11 que é muito mais barato. Chiang Mai não tem nada de especial pra falar a verdade, mas é aquele tipo de lugar que lança uma teia, sabe? Eu fui pra ficar um dia, quando eu vi já estava há três. A comida lá é de lamber os beiços e definitivamente a vida é muito curta pra provar todas as comidas tailandesas. Ah Chiang Mai também tem vários templos, mas quem já viajou pela Ásia pode concordar comigo, no começo os templos são demais, mas depois de três ou quatro é tudo same, same but different!

Na minha última parada, Camboja, fui ver os templos de Angkor em Siem Reap. Em um dos templos foi gravado o filme Tomb Raider. O lugar é mágico, acordei as 4:30 da manhã para ver o pôr - do - sol em Angkor Wat. Lá pelas 11:30 eu e o pessoal que foi comigo já estava  pra lá de cansado e dando graças a Deus que optamos por fazer o curto circuito. É lindo, mas é uma overdose de templos. Do norte direto pro sul em mais uma viagem noturna de ônibus não posso deixar de mencionar o pedaço de paraíso na terra que tem no por lá. Koh Rong Island, há duas horas de Sihanoukville by boat é sem dúvidas se não o mais bonito um dos lugares mais lindos que já coloquei os pés.

E por fim, depois de um pouco mais de uma semana fazendo trabalho voluntário em uma vila no interior, finalmente estou em um quarto de hotel com aguá corrente e chuveiro. Foi uma experiência INCRIVEL, a lição mais importante não fui eu que ensinei, foram eles que me mostraram, na vida a gente precisa de muito pouco pra ser feliz!    


Dois meses, seis países e muita história pra contar. Hasta la vista!








sexta-feira, 1 de março de 2013

A11

Encontro duas, encontro quatro
Sempre de par em par
No fim do dia só restam as minhas
Pernas para o ar

Vou cada vez mais pra dentro
Acompanhando o pensamento no ritmo que o corpo faz
No fim do dia só restam as minhas
Dúvidas que a vida traz 

Num monólogo contínuo olho para os lados
Com os pulmões cheios de ar
No fim do dia só restam as minhas
Histórias para contar

domingo, 11 de novembro de 2012

GO VEGETARIAN!



Why life without meat attracts more people? For health reasons? Respect for animals? Because it looks good? 

Ethically speaking, vegetables have all the glory. In recent years, vegetarians - and an even greater degree vegans - have dominated discussions about ethical consumption. For the philosopher, Peter Singer, whose publication "Animal Liberation" in 1975, revived an international movement, and novelist Jonathan Safran Foer, who in 2009 wrote the best selling book "Eating Animals," those who deny the flesh argue that we consume is a crucial ethical decision. To be fair, they say, we must abandon the burgers and join them.

In response, those who love meat have surprisingly little to say. They say, of course, that, well, love meat or meat that is deeply imbued in our habits, culture or cuisine, or that is nutritious, or even that carnivores have been dedicated to improving the lives of animals, improving they eat, how they live and how they are slaughtered. Few, however, attempt to answer fundamental ethical question: if indeed eating animals in the first place, at least where human survival is not at stake.

For centuries seen as the healthier item, juicy and valued diet, meat seems to have passed the point. For two reasons. The first - more justification used by those who become vegetarian - is a health concern. The proponents of vegetarianism say that eating meat does not reduce mortality and the incidence of hundreds of diseases. The second is the ethical concern increasingly frequent with the killing of animals. Each of these two justifications deserves a careful analysis. The second most interests me, which is why I stopped eating meat.

The second justification usually employed for vegetarianism is based on ethical and environmental arguments. Enslaving and killing animals is a variant of racism. Submitting is the weakest only because it belongs to another species. No need to say more!

Do not ask me why I'm a vegetarian. Ask why you are not.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Eu gosto, azar!

De bicho grilo, de gente louca, de dormir até cansar de tanto dormir, de carinho na orelha, de feijão na torrada, de leite no chá, de amores novos, de amores velhos que nem são tão velhos assim, de enviar cartas, de receber cartas, de ir pra praia com ressaca, de esquecer a balada, de lembrar a balada, de dar risada da balada, de sair pra caminhar em Mission Bay com sol e voltar com chuva, de sair sete dias da semana e dormir dois. De gente que é sem vergonha de ser o que é. As vezes é preciso extravazar- se para ser-se. Tem gente que não gosta. Eu gosto, azar!

   

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

HITCHHIKING


Conhecer gente do mundo todo, cruzar fronteiras e ampliar a visão de mundo é uma experiência recompensadora como poucas. Mas pra dar um toque ainda mais aventureiro pra esse momento resolvi  que vou fazer uma viagem só pedindo carona. Já pedi carona aqui uma vez mas o trajeto foi curto, apenas uma hora e meia de viagem. Ainda assim já deu pra sentir o friozinho na barriga. Não pensei que fosse tão fácil, acho que peguei essa carona em 10 minutos de tentativa. O que não significa que as próximas irão ser mamão com açúcar como essa.

Tentei recolher algumas dicas sobre hitchhiking já que dessa vez o meu destino está há seis horas de distância, me disseram até que viajar com a camiseta do Brasil é um ponto positivo (!?)

DICA NÚMERO UM: O primeiro passo pra quem pede carona é escolher um bom lugar. A New Zealand tem um problema, as estradas não tem acostamento então não dá pra parar em qualquer lugar pra pedir carona ou você pode ser atropelado.  O melhor lugar aqui são os postos de gasolina fora da cidade. Tentar pegar carona na motorway perto do centro de Auckland é impossível.

DICA NÚMERO DOIS: Geralmente quem dá carona são pessoas que um dia já pediram e agora querem retribuir de alguma forma. Caminhoneiros também são simpatizantes dos mochileiros e muitos aceitam levá-los em troca de um pouco de companhia e bate-papo.

DICA NÚMERO TRÊS: Levar um mapa com as principais rodovias e estradas da região e, se possível, algum que marque também os postos de gasolina. Isso é muito útil na hora de traçar o destino e também quando é necessário ir a pé de uma cidade a outra.

DICA NÚMERO QUATRO: Nem sempre o polegar aberto, mundialmente conhecido, funciona. As vezes ter um pedaço de papel com letras grandes dizendo o nome da cidade onde se quer chegar ajuda.

DICA NÚMERO CINCO: Ter sempre a mochila ao seu alcance. Evite colocá-la no porta-malas ao entrar no carro. Assim, se alguma coisa der errado é possível sair do veículo com todos os seus pertences rapidamente. Ouvi falar também de pessoas que colocaram a mochila no porta-malas ou banco de trás e o motorista arrancou só com a mochila. Fica a dica!

DICA NÚMERO SEIS: Nem tudo é um mar de rosas e viajar pedindo carona pode ser perigoso também. Geralmente as mulheres conseguem carona mais facilmente do que os homens, mas é melhor evitar ficar sozinha na estrada. Uma boa opção para as meninas sozinhas (eu) é aceitar carona só de uma motorista ou de um casal. Ou viajar com mais alguém, talvez seja a melhor opção.

DICA NÚMERO SETE: Antes de entrar em qualquer veículo siga o seu instinto e, se por algum motivo, você sentir que há algo de errado ou falta de empatia com o motorista, não entre. É melhor perder a carona do que passar por alguma situação desnecessária.

Neste tipo de viagem você pode contar 100% com o imprevisto e o inusitado. Acordar sem saber como vai ser o dia e menos ainda onde vai chegar nas próximas 24 horas. Por fim, a dica mais importante: Viajando de carona, a intuição é a melhor defesa contra uma situação desagradável.

Next stop: Cape Reinga