segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Amadurescência


"Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma criança caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim." (Frida Kahlo)

Se você soubesse como é estranho conhecer a própria alma e descobrir seus mais íntimos desejos de repente - como um relâmpago iluminando a Terra - talvez fosse capaz de me entender. Agora, vivendo num planeta transparente como o gelo refletindo apenas as cores de um arco-íris, é como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos.

Não perdi o encanto pelas coisas, tampouco comecei a vê-las mais desbotadas, a forma de saborear com pressa os instantes é que mudou de intensidade. A vibração e a magia perante o novo ainda estão presentes, mas vibrando em outro tom. Continuo sedenta por saber como as coisas e a vida funcionam, o que as pessoas pensam e a forma como elas se relacionam. O que muda com o processo de amadurescência é a responsabilidade que surge com os meus sentimentos.

No desenrolar da trama os elementos ocultos que um dia me fizeram temer vão aos poucos sendo esquecidos para um dia serem apagados da memória. Pelo menos, hoje eu sei que não há nada escondido, se houvesse, eu veria.


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