segunda-feira, 2 de maio de 2011

CASOS E COISAS



Não, não fica bem aparecer por lá agora. Faz pouco tempo. E você ainda não saiu da fase em que o canto dos pássaros na janela são apenas ruídos verde - escuro.  Tenho certeza que ele está bem, evidente que está. E você aí criando coragem de olhar pra rua e ver o que vem por aí, depois dele. 

Não, não telefona. De nada vai adiantar. Eu sei que você pensa nas possibilidades, do fixo pro móvel, e vice-versa, pra checar mesmo se ambos estão cumprindo seu papel. Mas não vai querer estragar todo o processo de cura, os primeiros dias são elementares. Telefonar de bobeira pra ficar em silêncio do outro lado... Pra quê? Aquele jeito frágil querendo parecer forte só pra mostrar que pode te proteger num anoitecer de segunda-feira não é o suficiente. 

Fatalmente, vão se cruzar por aí. São tantas as esquinas. Vocês vão beber uma cerveja gelada juntos, falar amenidades, sobre novos cortes de cabelo, você está bonita, e você mais maduro, como está sua mãe e tudo mais. Nos momentos de silêncio, baixarão o queixo, com medo de amarrar olhares e, talvez, voltar tudo aquilo outra vez. Mas vai ser só isso. Se existem outras pessoas legais por aí? Claro que sim. Vai por mim.

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