Tentei evitar expectativas e pensamentos aleatórios que faziam surgir aquele frio na "boca" do estômago. Aquele mesmo frio chato e intrometido que a maioria das pessoas sentem no primeiro dia de qualquer coisa onde ninguém conhece ninguém. Subi as escadas contando os degraus e pensando em como as pessoas seriam. Simpáticas, estridentes e extrovertidas. Sempre tentando transbordar as melhores qualidades que podem oferecer. Entre o número de degraus e a minha imaginação que insistia em fantasiar rostos e expressões senti minhas mãos ficarem molhadas, cada vez mais molhadas. Aquilo que era um incômodo estomacal tinha virado um embrulho que começou no diafragma e foi se espalhando por todo meu corpo. Meus pés tinham sido colados no chão. Parada na porta eu percebi que algumas pessoas estavam na sala. Eu olhei pra elas mas vi uma só. É engraçado lembrar a tranquilidade que eu senti. Minhas amigdalas pareciam ter sido substituidas pelo meu coração. Eu sentia ele bater cada vez mais forte e rápido na minha garganta. Mas a tranquilidade que aquela pessoa me passava foi anulando os sintomas de medo. Descolei os pés do chão abruptamente como um desentupidor de pia e caminhei determinada naquela direção. Naquele momento eu tive certeza. A certeza de que alguma coisa boa estava por vir.
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