quarta-feira, 12 de maio de 2010

Olhos Famintos

Freud disse que uma das fomes que moram no corpo e fazem ronronar o estômago é a fome de conhecer o mundo. Segundo ele, temos fome de conhecer o mundo porque precisamos sobreviver. A minha fome de mundo não acaba no instinto humano de apenas conhecer o que nos cerca. Eu tenho fome de pessoas, lugares, cultura, diversão e conhecimento. Fome de andar por aí sem rumo num lugar onde ninguém saiba quem eu sou. O tempero do mundo são as pessoas e eu quero ouvir o que elas tem a dizer e aprender com o que elas disserem. Sentir o que elas sentem. Saber o que elas pensam.

Ouvi uma certa vez, que basta dar um passo a frente pra você não estar mais no mesmo lugar. Eu preciso dar muitos passos pra matar minha fome. E é bem provável, que mesmo depois de infinitos passos ela ainda seja insaciável. O mundo é muito grande pra ser digerido, mas faço das palavras de Neruda as minhas: comeria toda a Terra e beberia todo o mar. E ei de comer toda Terra que puder.

Mas enquanto estou aqui, e não começo a comilança, viajo no tempo escorregando nas horas, voando por dentro do meu pensamento e me vendo lá fora.

E você que taí, sacie sua verdadeira fome.

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